segunda-feira, 18 de junho de 2012

Em busca da Rima Perfeita


Justiça seja feita
Alegria de poeta
É encontrar
A rima perfeita

Mas nem sempre
É possível
Encontrar a receita
Do impossível

Veja essas linhas
Imprevistos versos
Que traço agora

Se não há rima
Volto ao começo
Ou então, jogo fora.

Edson Simon

terça-feira, 8 de maio de 2012

Resenha no blog Vendedor de Ilusão

O autor do blog Vendedor de Ilusão, J.R. Viviani, postou uma resenha do meu livro Reaprendendo a Sonhar - O Jardim Secreto, confesso que fiquei muito satisfeito com seu texto rico em detalhes, evidenciando citações e personagens. Enfim uma resenha para instigar potenciais leitores.


SUMÁRIO DA OBRA:
O início do livro se dá com o protagonista Douglas Eufrásio, – um jovem executivo bem-sucedido, casado e pai de um menino de nove anos, narrando, ao se apresentar, reminiscências familiares de infância. Daí pra frente passa a narrar sua conversa com o taxista que o leva ao aeroporto para retorno à sua cidade natal no Estado de Santa Catarina, e todo desenrolar desse romance se dá durante esse trajeto. Empolgado com a atenção e a simpatia de Seu Alberto – o taxista – passa a contar as razões de ter vindo à grande metrópole. Quando entra outro personagem na história: Cláudio Gomes, – seu meu amigo de há tempos e companheiro de trabalho; um sujeito folgado, solteiro e “boa vida”. Cujos contatos eram sempre “regados” a uísque. Um dia quando veio – disse ao taxista – Cláudio o leva a um bar depois do trabalho, e lá bebem a “rodo”; empolgados com a conversa ao recordar os poemas que escrevia, era uma dose atrás da outra. Muitas doses depois, comete sua grande besteira, - aceita dirigir ao voltar ao hotel. Embriagado, acaba atropelando uma mulher a levando à morte e fugindo. Toda trama do livro, daí pra frente, gira em torno desse incidente.
Desse dia em diante, sua vida, sua realidade, se transformou completamente, – o poeta perdeu a rima. Perdeu a inspiração, perdeu a esposa, o filho, os familiares; a bebida tornou-se a sua companheira e sua vida um caos. Perdeu tudo o que mais amava, lhe dando absurdo remorso ao lembrar-se dos seus sonhos e aspirações.  

Sonhar é bom, entretanto viver o sonho é algo indescritível. Tem coisas que só o coração entende, não conseguimos explicar apenas com palavras”. pág. 20.

Entretanto, apesar de tudo, buscava ainda dar sentido à sua vida. Buscava esquecer aquela noite fatídica, mas, lamentavelmente, foi profundamente afetado, – já não era mais o mesmo.
Felizmente, chega a boa nova, e chega exatamente com o amigo – Cláudio, lhe sugerindo retratar tudo o que viveu em um livro – um romance, o que talvez fosse uma forma de se redimir do erro, não por ter atropelado, mas sim, por estar bêbedo e de ter fugido e, com isso, ter uma nova chance...   
Para isso, – para escrever o livro, buscava inspiração e acabou encontrando ao ouvir uma canção de Raul Seixas: “Movido a Álcool”. 

Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola que poesia mais estranha ele iria expressar”. pág. 34

Era tudo o que mais precisava ouvir e mergulhou fundo nesse novo propósito, pois enfatizava sua vontade de mudar.
Nesse ínterim, outros personagens aparecem: Osmar – o Cabeça e Seu Jorge, reforçando e lhe dando mais inspiração para escrever. Não demora, entra outro personagem: Denise, uma moça que lhe toca suscitando desejo. Todavia, ao conhecê-la, a impressão da beleza dela que teve ao longe, vai por água-abaixo já se lembrando da frase de Machado de Assis em “Memórias Póstuma”:

Não digo que lhe cabia a primazia da beleza, pois o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos para as sardas e espinhas”. pág. 42.

A moça era atraente, sem dúvida, mas não era tudo aquilo que havia imaginado, mas, mesmo assim, acabam tendo relacionamento, principalmente pelo fato de tê-la livrado do ataque de um sujeito, o que acontece exatamente em um beco com muitos indigentes deitados pra cá e pra lá pelo chão. Pra surpresa, no meio desses tantos, vê Seu Jorge. Apesar de ser um indigente, pela simpatia e experiência de vida que o homem demonstrava acaba aceitando-o como seu mestre lhe orientando ao escrever seu romance exatamente no local em que o homem dizia ser o seu “jardim secreto”, – um terreno baldio entre edifícios. Com isso, com as orientações que recebia e pela admiração que passou a ter pelo homem, sua empolgação de escrever ganhava forças...
Encantado com o tal “jardim secreto” do homem, passou a valorizar ainda mais e entender melhor todas as coisas vividas, procurando retratá-las o quanto mais e enfatizando suas importâncias. Num dia daqueles, por vingança – imaginava, é atacado pelo mesmo sujeito que atacara Denise no beco ameaçando-o de morte com uma faca. Entretanto, depois de se livrar do sujeito identifica: era o mesmo sujeito que o viu cometer o atropelamento da mulher. Mas por que atacá-lo? – perguntava-se. Teria o sujeito alguma ligação com a mulher? Com as dúvidas busca saber quem era a mulher. E é quando descobre de que a mulher era simplesmente a mãe de Denise. O que fazer? Confessar ou não? Essa agora era sua dúvida crucial! Nessas tantas idas e vindas de pensamentos dúvidas e incertezas e de contatos com Denise, exatamente no “jardim secreto”, além de confessar, soube que Seu Jorge não era ninguém mais do que o pai dela e que se transformou em um indigente com o inconformismo pela morte da esposa. Se não bastasse, dias depois, vê cair por terra Seu Jorge, – morto a tiros por vingança, pelo mesmo sujeito que o havia atacado. Depois disso, sentindo a alma lavada por ter confessado seu erro tanto à moça como ao homem antes da sua morte, volta pra sua casa tentando se reconciliar com a esposa; não só o faz como termina de escrever seu romance e o tem publicado por uma editora.  

MINHA OPINIÃO:
Trata-se de uma história intrigante, forrada de mistério, enigmas e de sobressaltos instigando à leitura. Mas que, em essência, mostra como uma atitude irresponsável, inconsequente, pode, de uma hora pra outra, implodir levando a destroços tudo o que na vida se construiu. As narrativas são discorridas de forma soberba e com os personagens muito bem caracterizados. Um livro bem formatado o que facilita e torna a leitura agradável. Não usa os tradicionais capítulos, e sim, é subdividido em partes nomeadas como epílogos em uma novela. Gostei muito da obra e, portanto, julgo recomendadíssima. Não deixe de lê-la, pois vale à pena.     

Para adquirir o livro clique na capa na coluna: Recomendo indo ao site do autor e boa leitura! 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Casa de rua


A rua oferece
Menos que se precisa
Ao menos se não se conhece
Outra versão da vida

A ponte, a calçada
Dão a impressão
De alma acomodada
Verdade deitada no chão

Da sociedade a agrura
Panorama da realidade
Fome evidente

Na vagueza da rua
Exibi-se a liberdade
Mas é tão curta a corrente.

Edson Simon

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma bala perdida


Uma bala perdida
Perdeu-se uma bala
Perdeu-se uma vida

Uma bala não tem pai
Não tem mãe
Não tem nada

Uma vida
tinha tudo
Tinha vida

Um disparo sem direção
na contramão
de um vida vivida.

Edson Simon

terça-feira, 24 de abril de 2012

Filme Uma Semana (one week)

Muita gente já deve ter tido a idéia de pegar uma moto e cruzar o país em busca de aventuras. Nesse filme, Ben Tyler, após ser diagnosticado de câncer ao invés de procurar o tratamento compra uma moto e cruza o Canadá em busca de respostas para o que realmente quer da vida, frente a um relacionamento e emprego que o deixam insatisfeito. O filme é simples no roteiro e suave em seu humor, mas o que ele capta na lente da câmera é precioso: a chuva caindo sobre o musgo verde-azulado das florestas de Ontário, a neblina poeirenta de um pôr do sol na pradaria, está tudo lá, é tudo lindo.
Na trilha sonora: Melissa McClelland, Sam Roberts, Wintersleep, Stars, Emm Gryner e outros grandes da música canadense.
Fotografia e trilha sonora impecável. Enfim um filme que nos faz pensar.

Trailer



Ficha Técnica

Título Original:One Week

Direção:
Michael McGowan (II)
Roteiro:
Michael McGowan (II)
Produtores:
Jane Tattersall, Michael McGowan (II), Nick de Pencier

Estreia no Brasil:




























Gênero:
Aventura, Drama
País de Origem:Canadá

Duração:94 minutos
Estreia Mundial:2008






Esmola


Uma mulher pobre vai à luta
Segurando o filho como escudo
E a esperança na outra mão
Com o intento de atingir o inimigo
Bem no coração.

Edson Simon

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Rascunho


O poema sorve
Lentamente
Gota a gota
O suor da emoção.

Uma mão prepara
Apressadamente
Letra a letra
Uma breve composição.

É como se gotas
Já fossem versos
Enquanto frios
No calor do coração.

Ora encontrado em livros
Ora no pensamento vivo
Ou até quem sabe, então
Um papel sujo, amassado no chão.

Edson Simon

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O homen do ano (Man of the year - Alice Cooper)

De que adianta ser perfeito e não ser feliz...


Man of the year

I wake up every morning, Six o'clock, I`m right on time
I eat a low fat breakfast, I tie a perfect tie
I kiss the wife, I hug the kids, I pat the dogs and cats
I never lose anything, my car keys or my hat
'Cause I`m the man of the year
I`m the man of the year
I never cheat at finals, or miss a day at school
My urine tests are perfect, my prostate is a jewel
'Cause I`m the man of the year
I`m the man of the year
'Cause I`m the man of the year
I`m never, ever jealous
Never, ever cruel
I`m a graduate of Harvard
Where I never broke the rules
The queen made me a knight
The pope made me a saint
The president plays golf with me
I make Madonna faint
So why am I so lonely
Depressed and in despair
If I pull this trigger in my mouth will anybody care
It was the greatest funeral, I laid in perfect state
And later I will meet the lord, I bet he just can`t wait
To meet the man of the year
I`m the man of the year
Stand in line to meet the man
I`m the man, I`m the man, I`m the man

Homem do Ano

Eu acordo toda manhã, seis em ponto, estou bem na hora
Eu como um café da manhã leve, dou um nó perfeito na gravata
Beijo minha esposa, abraço as crianças, acaricio os cães e gatos
Eu nunca perco nada, minhas chaves nem meu chapéu
Por que eu sou o Homem do Ano
Eu sou o Homem do Ano
Eu nunca trapaceio nas finais ou perco algum dia na escola
Meus testes de urina são perfeitos, minha próstata é uma jóia
Por que eu sou o Homem do Ano
Eu sou o Homem do Ano
Por que eu sou o Homem do Ano
Eu sou o Homem do Ano
Nunca, jamais cruel
Sou graduado em Harvard
Onde nunca quebrei as regras
A rainha me fez um cavaleiro
O papa me fez um santo
O presidente joga golfe comigo
Eu faço Madonna desmaiar
Então por que estou tão solitário?
Deprimido e inconformado?
Se eu puxar esse gatilho na minha boca, alguém se importaria?
Foi o maior funeral de todos, fui colocado em estado perfeito
E mais tarde encontrarei o Senhor, aposto que ele mal pode esperar...
Pra conhecer o Homem do Ano
Eu sou o Homem do Ano
Façam fila para conhecer o homem
Eu sou o homem, eu sou o homem, eu sou o homem!




Naufrágios


O vento do norte
Não queria ser ouvido
Então, sussurrou aos ouvidos
Do poeta mais atento

Que em seu alento
Recostou em uma concha
E na ressonância calma
Entendeu seus lamentos

De naufrágios e furacões
De almas à deriva
No reino de Poseidon

Por fim, quando o vento serena
O poeta mergulha fundo
Em mais um poema.

Edson Simon

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Apanhador no Campo de Centeio


O livro apesar de toda essa unanimidade pode desagradar alguns devido ao uso abusivo de gírias, linguagem vulgar e na tradução com expressões repetidas a exaustão tais como: "ou coisa que o valha", "ou coisa parecida", "no duro", "pra burro", "pra cachorro", "pra xuxu", "a porcaria" disso, a "droga" daquilo. 
De qualquer maneira acho o resultado positivo, além de involuntariamente nos comparamos ao protagonista naquela fase da vida, a narração em primeira pessoa ficou muito original para o autor então com 32 anos.

Vamos então ao livro:

O romance O Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher in the Rye),  é um romance do recluso escritor americano J. D. Salinger, morto em 2010 aos 91 anos. Publicado em 1951, tornando-se um dos romances mais lidos no país.
O tornou popular entre jovens leitores por lidar com temas tipicamente adolescentes como confusão. Foi traduzido para quase todas as principais línguas do mundo. Cerca de 250,000 cópias são vendidas todo ano, com um total de vendas de mais de 65 milhões. O protagonista e anti-herói do romance, Holden Caulfield, se tornou um ícone da rebelião adolescente.
Incluído na lista das 100 melhores novelas na língua inglesa escritas desde 1923 da Times em 2005, e foi nomeado pela Modern Library e seus leitores como uma das 100 melhores livros da língua inglesa do século 20. Tem sido frenquentemente censurado nos Estados Unidos e em outros países pelo uso liberal de palavras de baixo calão e retrato de sexualidade e dilemas adolescentes. 
Sinopse:
Holden Caulfield narra um aventura vivida aos dezesseis num fim de semana, quando fora expulso do terceiro colégio e decidira retornar imediatamente à casa dos pais. Inicia uma viagem, uma jornada por Nova Iorque, passando por hotéis, bares, Central Park.
Holden é herói e vilão ao mesmo tempo, rebelde, sensível e ama a irmã acima de tudo, mas também é irresponsável, mentiroso e covarde. É o adolescente rico, desajustado, vítima do capitalismo dos Estados Unidos, na década de quarenta, que permite-lhe transitar pelos prazeres mundanos, que, no entanto, são repletos de pessoas interesseiras, falsas.
Em dado momento, Holden Caulfield é assediado pelo professor que admira, o mesmo que dissera que ele estava caindo, tentando mostrar-lhe a anormalidade. A descoberta da homossexualidade do professor o deixa enojado, e consegue fugir do apartamento. Em outro momento, encontra outros adolescentes, entre eles uma ex-namorada que julgava ainda amar, porém, constatou que era estúpida, assim como os demais ali. Seu universo social era de débeis, vazios.
Holden Caulfield perambula pela cidade, à procura de si mesmo, de um sentido para continuar a viver, e rememora momentos marcantes de sua vida. Entre eles, quando a irmã pergunta-lhe porque era rebelde, porque se auto-destruía e porque não gostava de nada. Ele, angustiado, depressivo, evoca a imagem criada pelo poeta escocês Robert Burns, uma metáfora de sua vida. Imaginou um campo de centeio repleto de crianças brincando e a si na borda do abismo apanhando as que caíam! Assim sentia-se, um reflexo de sua geração. Holden apesar dos erros e acertos é como a maioria dos adolecentes, rebelde e gosta de viver a vida intensamente.


Curiosidades

Avesso a filmes, J.D. Salinger nunca autorizou a adaptação de seu livro "O apanhador no campo de centeio" ("The catcher in the rye") para o cinema. No entanto, a obra e, principalmente seu personagem Holden Caulfield, foram referências para vários músicos e roteiristas. A mais triste nota na história do livro é a citação do assassino de John Lennon. Confira abaixo algumas referências à obra do escritor falecido na cultura pop:
- Um dos clássicos do grupo Green Day é "Who wrote Holden Caulfield?" (do disco "Kerplunk", 1992), inspirado no personagem central da obra de Salinger. Além disso, a banda fez várias referências ao jovem em mais cinco álbuns.
- O último disco do Guns'N'Roses tem a canção "Catcher in the rye".
- Muitos pais deram nomes dos personagens de Salinger aos filhos. A atriz Zooey Deschanel, de "(500) Dias com ela", não escapou do estranho nome tirado do romance "Franny e Zooey".
- No filme "Teoria da conspiração", Mel Gibson vive um motorista de táxi pisótico, que acha que todos estão contra ele. Compulsivo, compra todas as cópias de "O apanhador" que consegue encontrar pela frente, sem nunca ter lido o livro. Por conta de uma dessas compras, ele é descoberto por seus inimigos e quase acaba morto.
- O filme "Encontrando Forrester", de Gus Van Sant, faz referência óbvia ao autor de "O apanhador". O escritor William Forrester é uma espécie de J.D. Salinger, ao escrever sua obra-prima cedo e abandonar a vida pública e a literatura.
- Pearl Jam também fala em uma de suas canções sobre a busca pela casa de Salinger, em "In hiding". O vocalista Eddie Vedder disse uma vez à revista "NME" que a música é uma metáfora sobre tentar encontrar a casa de Deus, "como se Ele fosse um recluso; você encontra a casa Dele, abre Sua caixa de correspondência e descobre que está cheia de junk mail".
- Existe uma banda americana chamada The Caulfields e uma gravadora indie também com o nome do personagem de Salinger, Caulfield Records.
- A cantora Lisa Loeb fundou a banda Nine Stories, título de um dos livros de Salinger, "Nove histórias", em português.
- Dizem que o publicitário Washington Olivetto guarda em casa vários exemplares da obra de Salinger para dar de presente a convidados. "'O apanhador no campo de centeio' foi um livro que me marcou muito. Li na idade do personagem", contou ele em entrevista.
- Uma das "influências" mais lamentáveis na biografia de "O apanhador no campo de centeio" é que o livro teria inspirado Mark Chapman a assassinar John Lennon, em 1980. Além de ele ter levado o livro para Lennon "autografar" pouco antes do tiro, Chapman respondeu em seu depoimento sobre o porquê de ter matado o beatle: "Leia 'O apanhador no campo de centeio' e você descobrirá porque o fiz. Esse livro é meu argumento".
- O atirador que tentou matar Ronald Reagan, em 30 de abril de 1981, afirmou o mesmo que Mark Chapman: "O apanhador" teria sido a inspiração para atirar contra o presidente.


Presente e futuro


Olho com os olhos do menino
Que existe dentro de mim
Curiosidade monástica
A observar a estrada sem fim.

Com os olhos do homem
Com o qual me pareço
Vejo o que ficou para trás
E não enxergo mais o começo.

Antes que a morte insista
Em colocar sua máscara
Qualquer destes dias

Deus por favor permita
Que este homem e menino
Vivam em perfeita harmonia.

Edson Simon

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Soneto da timidez


Por de trás das cortinas da razão
Num mundo particular
Entre o silêncio e a expressão
O pensamento é mais peculiar

Frente ao pronunciamento
O orador se contém
Diante do julgamento
O réu se detém

No refúgio do medo
O pensamento a balbuciar
Questões sem importância

Quem sabe um segredo
Difícil de compartilhar
Legado da infância.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Piadinha sem graça

Algumas piadinhas sem graça (ciradas por mim):

"Peidófilo": o maníaco que se satisfaz ao exalar a flatulência de menores.

Mandarim: assim chamados os chefes na China, já os empregados seriam "obedeçarim"

Conforme o dicionário informal "loque" é uma pessoa inconveniente por seu comportamento ou palavras, que não é benquista pelos outros por algum motivo. Eu diria que numa situação extrema o sujeito seria "overloque".

A prisão de ventre, também chamada de obstipação ou constipação intestinal, é caracterizada pela dificuldade constante ou eventual da evacuação das fezes (urgh). Em caso oposto seria "rebelião de ventre"

O camarada nascido em Gaspar é denominado gasparense nato. Nascer de novo é o mesmo que renascer. Sendo assim a pessoa que nasce duas vezes chama-se "Renato".

Grilo verde, sorte; grilo amarelo, atenção

Hibernação

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Há tempos, não componho,
sequer um poema
ociosidade em verso
outro universo em cena

Ocasionalmente,
a poesia hiberna
letargia nas páginas
transposição eterna

Os poemas,
não tem cor,
mas nascem do azul

Os versos,
pousam na flor
e migram para o sul

Edson Simon

quarta-feira, 7 de março de 2012

A vida é um barco à deriva











A vida é um barco à deriva
Numa rota de opções
Vela que se improvisa
Num mar de emoções

Para navegar forte
Ao sabor do vento
Sortear um rumo norte
A cada vão momento

As vezes, o mar nos confunde
Com suas ondulações
Distancias que se fundem
No calor das orações

Nada é tão perto
Decerto nem tão longe
A vida é também deserto
Sede que nos consome.

Edson Simon

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um Conto de Natal


           Mais um natal se anunciava, com ele o consumismo desenfreado, a mídia cega com seus sonhos e a obrigação de estar feliz. Para o pequeno Jonas essa epidemia não o acometera. Apesar do sonho de ter uma bicicleta, o natal não significava muito. Uma família humilde, o pai desempregado, não podia nutrir grandes esperanças.
            Todos os dias, no caminho da escola, um motivo lhe cobrava um gesto contemplador. A bicicleta numa loja, agora envolta em luzes e fitas. A intensidade das luzes, o brilho no olhar. Jonas quis ignorar, mas o canto dos olhos levou consigo aquele sonho de metal.
            Numa noite contou ao pai, mesmo sabendo que isso não sairia do campo da intenção. O pai, diante da sua impossibilidade, disse ao filho não se deve desistir de sonhar, tudo tem um preço e não devemos deixar de acreditar no amanhã.
            No dia seguinte, Jonas não se deteve, colou a face na vitrine da loja e viu o preço da bicicleta estampado com abatimento, R$ 300,00. Quando sua cegueira de admiração cessou, alguém com aparência singular fez um sinal. O menino olhou para traz pensando não ser com ele, então o velhinho barbudo de roupas vermelhas insistiu no gesto. Atônito venceu o espanto e entrou.  O bom velhinho perguntou se era esse o presente que queria ganhar do papai noel.
- Meu pai está desempregado, não pode me dar. Eu não acredito em papai Noel. Eu sei que você é um homem com uma fantasia.
            Então o velhinho explicou se tratar de uma pessoa comum e nem mesmo tinha uma barriga enorme. Continuou dizendo que é preciso lembrar que estamos comemorando o nascimento do menino Jesus que nos deixou a mais importante das lições: A fé. Então, qualquer um pode ser o papai Noel, esse é o espírito, o espírito do natal.
            Ao chegar da escola o menino contou ao pai quanto custava a bicicleta. O pai não conseguiu disfarçar seu descontentamento, o olhar o denunciara. Ele disse ao filho lamentar por não poder dar-lhe presentes por estar por tanto tempo desempregado. Para surpresa do pai, o filho segurando-o rosto e olhando-o nos olhos, disse:
            - Pai, você não pode perder a sua fé. O pai sentiu uma energia positiva, tomou o filho pela mão e convidou-o para ir até a loja. Pensou, se não pode comprar ao menos pode compartilhar o sonho do filho.
            No caminho da loja, um senhor bem vestido levava o filho pela mão, bem a frente dos dois. Algo numa banca de revistas tirou o senhor do seu itinerário. Com a súbita distração, seu filho seguira sozinho em direção da estrada.
            Um som agudo, um grito, desespero. Tão logo o senhor se recupera da sua distração, o pai de Jonas num ímpeto salvara o garoto com um mergulho mais rápido que a freada. O pai correu e envolveu o filho com um abraço de rancor. O senhor agradeceu repetidas vezes insistindo uma gratificação. O pai de Jonas apesar da simplicidade manteve seu orgulho. Então o senhor fez uma sugestão de dar-lhe todo o dinheiro que dispusesse na carteira. R$ 300,00.
            Na noite de natal uma família chega à casa de Jonas. Na rua dois meninos brincando com suas bicicletas. Na sala uma conversa a sós, uma oferta de emprego. Mais tarde Jonas aproximasse do pai que disfarça suas lágrimas. Então o garoto segura-o no rosto, olha nos seus olhos e diz:
            - Pai, esse é o espírito do natal.

Edson Simon



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Noites de chuva (09fev 21:49)

Em noites de chuva
apagamos as luzes
para lua não se molhar
Onde a água faz a curva
carregamos cruzes
mas não paramos de sonhar
A gente vive...
à noite, na chuva, na lua
e sabe a hora de voltar

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A Sombra do Vento

Nas minhas leituras sempre busco alternar livros clássicos com os atuais. A lista dos mais vendidos nem sempre é atestado de qualidade, com a Sombra de Vento posso assegurar que estamos diante de uma novo livro candidato a clássico bem como um fenomenal escritor contemporâneo. Carlos Ruiz Zafón, espanhol que destinou seus primeiros quatro romances ao publico jovem, com a publicação de a Sombra do Vento foi a apoteosa vendendo milhões de exemplares pelo mundo afora. Encontrei nesse autor uma grande referência de escritor de suspense e seu livro o Jogo do Anjo, também best seller, está na minha estante na fila de leitura.


Com uma narrativa envolvente, recheada de suspense e com a temática de livros malditos como pano de fundo, prende o leitor do início ao fim. 
 A história começa em Barcelona, em 1945. Daniel Sempere está completando 11 anos. Seu pai, ao ver Daniel triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe (já morta), lhe dá um presente: de madrugada, leva-o a um misterioso lugar no coração histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido por poucos na cidade, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de A Sombra do Vento, do também barcelonês Julián Carax.[1]
Daniel fascina-se sobre o livro e, ao buscar mais informações sobre o autor, descobre que quase ninguém o conhece e que tem alguém queimando todos os exemplares de seus livros. Aí começa uma grande aventura que percorre as ruas da ilustre cidade de Barcelona, atravessando as fronteiras do tempo e da imaginação.

  • Editora: Objetiva
  • Autor: CARLOS RUIZ ZAFON
  • ISBN: 9788560280094
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2007
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 399