segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um Conto de Natal


           Mais um natal se anunciava, com ele o consumismo desenfreado, a mídia cega com seus sonhos e a obrigação de estar feliz. Para o pequeno Jonas essa epidemia não o acometera. Apesar do sonho de ter uma bicicleta, o natal não significava muito. Uma família humilde, o pai desempregado, não podia nutrir grandes esperanças.
            Todos os dias, no caminho da escola, um motivo lhe cobrava um gesto contemplador. A bicicleta numa loja, agora envolta em luzes e fitas. A intensidade das luzes, o brilho no olhar. Jonas quis ignorar, mas o canto dos olhos levou consigo aquele sonho de metal.
            Numa noite contou ao pai, mesmo sabendo que isso não sairia do campo da intenção. O pai, diante da sua impossibilidade, disse ao filho não se deve desistir de sonhar, tudo tem um preço e não devemos deixar de acreditar no amanhã.
            No dia seguinte, Jonas não se deteve, colou a face na vitrine da loja e viu o preço da bicicleta estampado com abatimento, R$ 300,00. Quando sua cegueira de admiração cessou, alguém com aparência singular fez um sinal. O menino olhou para traz pensando não ser com ele, então o velhinho barbudo de roupas vermelhas insistiu no gesto. Atônito venceu o espanto e entrou.  O bom velhinho perguntou se era esse o presente que queria ganhar do papai noel.
- Meu pai está desempregado, não pode me dar. Eu não acredito em papai Noel. Eu sei que você é um homem com uma fantasia.
            Então o velhinho explicou se tratar de uma pessoa comum e nem mesmo tinha uma barriga enorme. Continuou dizendo que é preciso lembrar que estamos comemorando o nascimento do menino Jesus que nos deixou a mais importante das lições: A fé. Então, qualquer um pode ser o papai Noel, esse é o espírito, o espírito do natal.
            Ao chegar da escola o menino contou ao pai quanto custava a bicicleta. O pai não conseguiu disfarçar seu descontentamento, o olhar o denunciara. Ele disse ao filho lamentar por não poder dar-lhe presentes por estar por tanto tempo desempregado. Para surpresa do pai, o filho segurando-o rosto e olhando-o nos olhos, disse:
            - Pai, você não pode perder a sua fé. O pai sentiu uma energia positiva, tomou o filho pela mão e convidou-o para ir até a loja. Pensou, se não pode comprar ao menos pode compartilhar o sonho do filho.
            No caminho da loja, um senhor bem vestido levava o filho pela mão, bem a frente dos dois. Algo numa banca de revistas tirou o senhor do seu itinerário. Com a súbita distração, seu filho seguira sozinho em direção da estrada.
            Um som agudo, um grito, desespero. Tão logo o senhor se recupera da sua distração, o pai de Jonas num ímpeto salvara o garoto com um mergulho mais rápido que a freada. O pai correu e envolveu o filho com um abraço de rancor. O senhor agradeceu repetidas vezes insistindo uma gratificação. O pai de Jonas apesar da simplicidade manteve seu orgulho. Então o senhor fez uma sugestão de dar-lhe todo o dinheiro que dispusesse na carteira. R$ 300,00.
            Na noite de natal uma família chega à casa de Jonas. Na rua dois meninos brincando com suas bicicletas. Na sala uma conversa a sós, uma oferta de emprego. Mais tarde Jonas aproximasse do pai que disfarça suas lágrimas. Então o garoto segura-o no rosto, olha nos seus olhos e diz:
            - Pai, esse é o espírito do natal.

Edson Simon



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Noites de chuva (09fev 21:49)

Em noites de chuva
apagamos as luzes
para lua não se molhar
Onde a água faz a curva
carregamos cruzes
mas não paramos de sonhar
A gente vive...
à noite, na chuva, na lua
e sabe a hora de voltar

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A Sombra do Vento

Nas minhas leituras sempre busco alternar livros clássicos com os atuais. A lista dos mais vendidos nem sempre é atestado de qualidade, com a Sombra de Vento posso assegurar que estamos diante de uma novo livro candidato a clássico bem como um fenomenal escritor contemporâneo. Carlos Ruiz Zafón, espanhol que destinou seus primeiros quatro romances ao publico jovem, com a publicação de a Sombra do Vento foi a apoteosa vendendo milhões de exemplares pelo mundo afora. Encontrei nesse autor uma grande referência de escritor de suspense e seu livro o Jogo do Anjo, também best seller, está na minha estante na fila de leitura.


Com uma narrativa envolvente, recheada de suspense e com a temática de livros malditos como pano de fundo, prende o leitor do início ao fim. 
 A história começa em Barcelona, em 1945. Daniel Sempere está completando 11 anos. Seu pai, ao ver Daniel triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe (já morta), lhe dá um presente: de madrugada, leva-o a um misterioso lugar no coração histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido por poucos na cidade, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de A Sombra do Vento, do também barcelonês Julián Carax.[1]
Daniel fascina-se sobre o livro e, ao buscar mais informações sobre o autor, descobre que quase ninguém o conhece e que tem alguém queimando todos os exemplares de seus livros. Aí começa uma grande aventura que percorre as ruas da ilustre cidade de Barcelona, atravessando as fronteiras do tempo e da imaginação.

  • Editora: Objetiva
  • Autor: CARLOS RUIZ ZAFON
  • ISBN: 9788560280094
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2007
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 399

A Ilha


Todo homem, toda mulher
É uma ilha
Basta uma trilha
Para se encontrar

Vida breve
Ânsia em explorar
Caminho que estreita
E deságua no mar

Vento sopra forte
Pleno velejar
Sonhos de sul e norte
Ambos no mesmo lugar

Travessia tão curta
Seja para onde for
A distância é a vida
E a ilha é o amor.

Edson Simon

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Na Natureza Selvagem

Sabe aqueles filmes que ao assistirmos parece nos remeter a um livro que já lemos embora não o tenhamos feito. Agora imagine um cenário fascinante com a trilha sonora fantástica assinada por Eddie Wader do Pearl Jam. E o mais interessante é saber que ao final da "viagem" trata-se de uma história real. Estou falando do filme Na Natureza Selvagem (Into the wild). O filme é 2007, mas vale o registro.

Sinopse: Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após dois anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca.

Título original: (Into the Wild)
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Sean Penn
Duração: 140 min
Gênero: Drama


Livro: Na natureza selvagem, de Jon Krakauer, autor do best-seller No ar rarefeito, traz uma história real. O corpo em decomposição de um jovem é encontrado no Alasca. A polícia descobre que se trata de um rapaz de família rica do Leste americano que largou tudo, se internou sozinho na aridez gelada e morreu de inanição. Quem era o garoto? Por que foi para o Alasca? Por que morreu? Para responder a essas e outras perguntas, Jon Krakauer refaz a trajetória de Chris McCandless, revelando a América dos que vivem à margem, pegando carona ou circulando em carros velhos, vivendo em acampamentos e cidades-fantasmas. Mergulha no mundo da cidadezinha rural, onde homens rudes bebem e conversam sobre o tempo e a colheita. Compara a história do jovem com a de outros aventureiros solitários que tiveram fim trágico. O resultado é uma narrativa envolvente, por vezes amarga, em que os sonhos da juventude se transformam em pesadelo.

Título: Na Natureza Selvagem
Subtítulo: Dramática História de um Jovem Aventureiro, A
ISBN: 8571647879
Páginas: 214
Edição: 1
Editora: Companhia das Letras



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ar puro


O ar é a mais pura realidade
O sol solidariedade
A janela é só um palpite
Enquanto a vida a assiste

Isso é só o começo
Começo do fim de um dia
O ar em movimento
De vento a sinfonia

A janela engole o vento
De ar suprimento
O sol sopra o escuro

A vida é um momento
Nas cortinas do tempo
Num dia de ar puro

Edson Simon