quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Apanhador no Campo de Centeio


O livro apesar de toda essa unanimidade pode desagradar alguns devido ao uso abusivo de gírias, linguagem vulgar e na tradução com expressões repetidas a exaustão tais como: "ou coisa que o valha", "ou coisa parecida", "no duro", "pra burro", "pra cachorro", "pra xuxu", "a porcaria" disso, a "droga" daquilo. 
De qualquer maneira acho o resultado positivo, além de involuntariamente nos comparamos ao protagonista naquela fase da vida, a narração em primeira pessoa ficou muito original para o autor então com 32 anos.

Vamos então ao livro:

O romance O Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher in the Rye),  é um romance do recluso escritor americano J. D. Salinger, morto em 2010 aos 91 anos. Publicado em 1951, tornando-se um dos romances mais lidos no país.
O tornou popular entre jovens leitores por lidar com temas tipicamente adolescentes como confusão. Foi traduzido para quase todas as principais línguas do mundo. Cerca de 250,000 cópias são vendidas todo ano, com um total de vendas de mais de 65 milhões. O protagonista e anti-herói do romance, Holden Caulfield, se tornou um ícone da rebelião adolescente.
Incluído na lista das 100 melhores novelas na língua inglesa escritas desde 1923 da Times em 2005, e foi nomeado pela Modern Library e seus leitores como uma das 100 melhores livros da língua inglesa do século 20. Tem sido frenquentemente censurado nos Estados Unidos e em outros países pelo uso liberal de palavras de baixo calão e retrato de sexualidade e dilemas adolescentes. 
Sinopse:
Holden Caulfield narra um aventura vivida aos dezesseis num fim de semana, quando fora expulso do terceiro colégio e decidira retornar imediatamente à casa dos pais. Inicia uma viagem, uma jornada por Nova Iorque, passando por hotéis, bares, Central Park.
Holden é herói e vilão ao mesmo tempo, rebelde, sensível e ama a irmã acima de tudo, mas também é irresponsável, mentiroso e covarde. É o adolescente rico, desajustado, vítima do capitalismo dos Estados Unidos, na década de quarenta, que permite-lhe transitar pelos prazeres mundanos, que, no entanto, são repletos de pessoas interesseiras, falsas.
Em dado momento, Holden Caulfield é assediado pelo professor que admira, o mesmo que dissera que ele estava caindo, tentando mostrar-lhe a anormalidade. A descoberta da homossexualidade do professor o deixa enojado, e consegue fugir do apartamento. Em outro momento, encontra outros adolescentes, entre eles uma ex-namorada que julgava ainda amar, porém, constatou que era estúpida, assim como os demais ali. Seu universo social era de débeis, vazios.
Holden Caulfield perambula pela cidade, à procura de si mesmo, de um sentido para continuar a viver, e rememora momentos marcantes de sua vida. Entre eles, quando a irmã pergunta-lhe porque era rebelde, porque se auto-destruía e porque não gostava de nada. Ele, angustiado, depressivo, evoca a imagem criada pelo poeta escocês Robert Burns, uma metáfora de sua vida. Imaginou um campo de centeio repleto de crianças brincando e a si na borda do abismo apanhando as que caíam! Assim sentia-se, um reflexo de sua geração. Holden apesar dos erros e acertos é como a maioria dos adolecentes, rebelde e gosta de viver a vida intensamente.


Curiosidades

Avesso a filmes, J.D. Salinger nunca autorizou a adaptação de seu livro "O apanhador no campo de centeio" ("The catcher in the rye") para o cinema. No entanto, a obra e, principalmente seu personagem Holden Caulfield, foram referências para vários músicos e roteiristas. A mais triste nota na história do livro é a citação do assassino de John Lennon. Confira abaixo algumas referências à obra do escritor falecido na cultura pop:
- Um dos clássicos do grupo Green Day é "Who wrote Holden Caulfield?" (do disco "Kerplunk", 1992), inspirado no personagem central da obra de Salinger. Além disso, a banda fez várias referências ao jovem em mais cinco álbuns.
- O último disco do Guns'N'Roses tem a canção "Catcher in the rye".
- Muitos pais deram nomes dos personagens de Salinger aos filhos. A atriz Zooey Deschanel, de "(500) Dias com ela", não escapou do estranho nome tirado do romance "Franny e Zooey".
- No filme "Teoria da conspiração", Mel Gibson vive um motorista de táxi pisótico, que acha que todos estão contra ele. Compulsivo, compra todas as cópias de "O apanhador" que consegue encontrar pela frente, sem nunca ter lido o livro. Por conta de uma dessas compras, ele é descoberto por seus inimigos e quase acaba morto.
- O filme "Encontrando Forrester", de Gus Van Sant, faz referência óbvia ao autor de "O apanhador". O escritor William Forrester é uma espécie de J.D. Salinger, ao escrever sua obra-prima cedo e abandonar a vida pública e a literatura.
- Pearl Jam também fala em uma de suas canções sobre a busca pela casa de Salinger, em "In hiding". O vocalista Eddie Vedder disse uma vez à revista "NME" que a música é uma metáfora sobre tentar encontrar a casa de Deus, "como se Ele fosse um recluso; você encontra a casa Dele, abre Sua caixa de correspondência e descobre que está cheia de junk mail".
- Existe uma banda americana chamada The Caulfields e uma gravadora indie também com o nome do personagem de Salinger, Caulfield Records.
- A cantora Lisa Loeb fundou a banda Nine Stories, título de um dos livros de Salinger, "Nove histórias", em português.
- Dizem que o publicitário Washington Olivetto guarda em casa vários exemplares da obra de Salinger para dar de presente a convidados. "'O apanhador no campo de centeio' foi um livro que me marcou muito. Li na idade do personagem", contou ele em entrevista.
- Uma das "influências" mais lamentáveis na biografia de "O apanhador no campo de centeio" é que o livro teria inspirado Mark Chapman a assassinar John Lennon, em 1980. Além de ele ter levado o livro para Lennon "autografar" pouco antes do tiro, Chapman respondeu em seu depoimento sobre o porquê de ter matado o beatle: "Leia 'O apanhador no campo de centeio' e você descobrirá porque o fiz. Esse livro é meu argumento".
- O atirador que tentou matar Ronald Reagan, em 30 de abril de 1981, afirmou o mesmo que Mark Chapman: "O apanhador" teria sido a inspiração para atirar contra o presidente.


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